quarta-feira, 10 de julho de 2013

Lágrimas. Não me privo delas!

Não, não me privo de lágrimas; assim como a gargalhada mais gostosa que já dei, elas me lembram que estou viva. 
Se choro é porque reconheço a minha sensibilidade diante do fato causador das lágrimas e não luto para retê-las no meu íntimo, agravando a minha dor. 
Coloco-as à fora, na esperança de lavar a alma, de limpar o que me agride. 
O choro revela a vida, suscetível às turbulências  as quais estamos sujeitos. 
A lágrima também revela doçura, sensibilidade. 
Não, não é possível se sujeitar a viver sem elas, por mais que se queira. Desculpe!
Não há garantias que, em razão das dores já sofridas, das lágrimas já derramadas, não se vá chorá-las novamente. Impossível prometer isso. Desculpe! 
Se fosse possível essa promessa, haveria, de fato, ainda, uma muralha firme e forte contra o amor, contra a vida. 
Não, não é possível dizer não a elas. Chorar significa que no amanhã é possível sorrir; um seria praticamente impossível sem o outro. 
A ausência de choro também pode ser falta de sentimentos para celebrar. Não, é quase impossível viver sem isso. 
Não preciso evitar as lágrimas, preciso saber, apenas, que é possível ser feliz mesmo que elas existam. 
A lágrima é também uma forma de expressar a mais completa alegria, a mais sincera, entre amores, pais, amigos e irmãos. 
Chorar é, muitas vezes, medo de perder, mas ao perder reconhecer a grandeza da liberdade. 
Chorar pode representar, ainda, a esperança de que o mais simples sonho pode ser realizado. 
Chorar pode representar dúvidas, desespero, tristeza, frustração; mas ta
mbém pode ser a certeza, a paz de espírito, a alegria e a conquista. 
Chorar pode ser bom ou ruim; mas acima de tudo revela que estamos vivos, dispostos e suscetíveis a intensidade da vida. E não há bem maior no mundo que o presente de viver.
Por isso, não viva uma vida buscando se privar de lágrimas, mas deixe-as fluir, rolar, aprendendo a viver em paz com a presença delas, se preciso for.