sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O momento e o porvir

Um enorme impulso humano é a curiosidade, sempre queremos saber das coisas mesmo que elas não sejam vitais para nossa sobrevivência, visto o modo frenético que corremos atrás do próximo episódio da série que curtimos, das musicas do próximo CD das bandas que gostamos (mesmo que o CD ainda nem tenha sido gravado), das sondagens da janela de transferências do futebol mundial, das noticias sobre os próximos capítulos da novela, etc...

Este impulso é impulsionado (desculpe a redundância rsrsrs) pelo desejo de controlar o futuro, este desejo “nos traz a obsessão de saber o que virá“ (musica Escravos do Porvir – Fruto Sagrado) e nos torna escravos do porvir nos privando do melhor.

Todo mundo adoraria saber o dia da sua morte, ou com quem irá casar, sua posição financeira daqui a 10 anos, ou a conseqüência de seus atos, etc. Contudo, entretanto, porém o desconhecido é a garantia de uma vida intensa, a incerteza é a certeza do verdadeiro, a vida roteirizada é morna, sem surpresas, ela não reflete as emoções, é como assistir um jogo de futebol sabendo o resultado final, ou fazer uma prova com o gabarito. Ter o domínio do futuro pode ser vantajoso em alguns casos, entretanto o domínio do porvir é destituir a magia do amanhã, é abrir mão da esperança, é descolorir o belo quadro da vida.

A vida é bela, e a idéia é nobre.

Silas Lima

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