Há dias venho pensando como as coisas são rotineiras na nossa vida. Como cada passo do nosso acordar ao nosso deitar são parecidos todos os dias e o quanto é importante que eles não fossem totalmente formatados como são.
Comecei a pensar nisso, em algum dia desta semana, no percurso que abrange o desembarque no ponto de ônibus até a entrada no escritório onde trabalho, porque após ultrapassar a porta daquele recinto, às vezes esqueço de me lembrar até quem eu sou.
A reflexão que tomou conta da minha mente nos últimos dias consiste em tentar saber o porquê gastamos tanto as nossas vidas tentando sobreviver e não viver. Por que nos estressamos com o nosso trabalho, com o trânsito, ficamos sem paciência na fila do restaurante, reclamamos da comida que não é bem servida ou que não está do nosso agrado e vivemos assim rotineiramente sem emoções que nos levam a querer gerar mais vida em nós? Por quê?
Hoje, ouvi, preciosamente, que “o tempo é uma riqueza não renovável. O tempo perdido é um tempo perdido para sempre!” (não sei o autor).
E o que fazemos do nosso tempo. Eu mesmo vivo me questionando sobre o que faço no meu dia-a-dia. Penso que o meu trabalho quase que “automático” não produz vida e isso me entristece!
Érico Veríssimo disse “que a felicidade é a certeza de que a minha vida não está passando inutilmente”. Que homem sábio. É isso! Acabei de descobrir porque acho que não sou feliz. Sei que sempre posso fazer algo a mais pelo meu próximo, pela vida, pelo que é valioso para Deus e não tenho feito.
Quero acumular valores que são eternos. E pouco realizo neste sentido. Quero mais e mais aprender a olhar o meu próximo e suas carências e ajudar, quero escutar aquele que nunca encontra ouvidos dispostos a ouvir, quero ignorar aquele que me dirige a palavra para denegrir o outro, quer ser uma agente de promoção de sorrisos, de bem-estar, de alegria, de calor humano por meio do abraço, de sentimento de proteção em aqueles que tem suas lágrimas enxugadas.
O meu único anseio agora é me tornar alguém que não gasta seu tempo inutilmente. Eu quero que cada ação do meu dia seja um estímulo para gerar vida, e vida em abundância. Vida que ansiará gerar novas vidas, em um círculo de dimensão tão grandiosa que o primórdio de existência da humanidade será gerar bem-estar a outras pessoas.
Posso estar sonhando alto, mas um grande castelo começa a partir de um tijolo.
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