“Um olhar vale mais que mil palavras!” Umas das várias maneiras que o ser humano encontrou para se comunicar é olhar. Apesar de muitas pessoas se utilizarem pouco desse meio. Não que eu o utilize com freqüência, mas, às vezes, o olhar contradiz as palavras, e se você já leu o livro “O corpo fala”, vai entender o que estou quis dizer. Se não, aprecie essa reflexão.
Um olhar revela fome – quando você anda na rua comendo algo e, de repente, sente que alguém te olha e, ao invés do “me dá um trocado”, surge um “tia me dá um pedaço”;
medo – em um doente em uma cama de hospital, em um acidentado, em alguém que é perseguido – revela medo da morte, de nunca mais ver quem se ama, medo de não realizar seus sonhos, medo...;
solidão – em um órfão perdido entre os escombros de uma guerra;
angústia – em uma mãe que tem um filho desaparecido e não cansa de procurá-lo;
tristeza – em enterros de ente-queridos, de amigos;
vazio – quando não se consegue um emprego e você se acha um lixo, quando se é apenas uma “paisagem” aos olhos da sociedade;
mentira – um mentiroso dificilmente consegue encarar e olhar nos olhos;
arrependimento – no exato momento que você percebe que fez algo que gerou dor;
raiva – quando tudo está contra você e, mesmo correto, você não pode dizer nada;
impaciência – quando uma mãe já esgotou todas as suas forças com as palavras e apenas olha; nesse caso, se eu fosse o filho, não insistiria;
desprezo – em pessoas sem humildade, em alguns casos, de um rico para um pobre, por exemplo;
indignação – quando se vê um mendigo em frente a um hotel de luxo implorando uma migalha de alimento, enquanto a elite pede para trocar o prato porque o corte da picanha não está “correto” ou a disposição dos alimentos está errada;
indiferença – quando alguém conhece uma pessoa, a vê e a ignora;
decepção – quando se dá tudo de si para o bem de algo e não é reconhecido;
pena – quando se quer que todos os sonhos de uma pessoa se realize, e da forma mais perfeita, mas sabe que os desejos dela são impossíveis de se realizarem;
alívio – quando tudo o que se imaginava que daria errado vai bem e, assim, surge até um “Graças a Deus”;
confiança – durante uma oração enquanto se sente o acolhimento de Deus, quando alguém segura firme a mão estendida e quando abraçada, se sente segura, amparada;
saudade – já disse Marisa Monte, em “A primeira pedra”, “Todo corpo que tem um deserto, tem um olho de água por perto”;
alegria – quando se vê quem ama feliz;
contentamento – quando se está com quem ama;
emoção – quando se vê pais olharem pela vidraça do berçário;
fascinação – quando se aprecia uma paisagem natural;
esperança – em um torcedor do time que está perdendo e observa o jogador com a bola no pé rumo ao gol. Se o time perde, o olhar vira de decepção;
desejo – entre esposos;
paixão – entre namorados;
E amor, que é o mais brilhante de todos. Com esse sentimento, os olhares se entrelaçam, são um convite para o carinho, para a compreensão, para o companheirismo, para o desabafo, para o afago. E com esse olhar, as palavras são pouco necessárias, nada necessárias na verdade.
Acredito que tudo que pensamos é dito pelo olhar. E a verdade é que pode até não corresponder ao que é expressado verbalmente, mas, na maioria das vezes, é o que realmente sentimos. Se tem dúvidas, comece a observar. No entanto, já adianto, que é muito difícil desvendar todos os olhares. Porém, alguns são possíveis.
Uma semana esplêndida!
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